quarta-feira, 4 de abril de 2012

No Estúdio - I

Por Ivan Jangoux

E aí, amigos do Baixo Natural? A maioria dos leitores do portal não deve me conhecer, então vamos lá: meu nome é Ivan Jangoux e sou técnico de áudio e produtor musical em Belém. Trabalho no Am&T Vinttage Studio, assim como no meu próprio home studio, que chamo de Quarto Amarelo. Minha especialidade e paixão é rock, mas já gravei todo tipo de música como: forró, pagode, chorinho, hip hop, etc. Além disso, sou guitarrista por ofício, mas toco de tudo um pouco - bateria, contra-baixo (já fui baixista quando mais jovem), teclado..a gente se vira! Bem, recebi o convite para vir aqui falar de gravação do contra-baixo, dar algumas dicas, sugestões, enfim. As dicas são muitas, então publicarei uma série de textos que vão ajudar você, baixista, a aproveitar melhor a sua gravação.



Muitas vezes, o músico (independente de ser amador ou profissional) chega em estúdio sem qualquer planejamento do que será feito e sem verificar algumas coisas que parecem óbvias como: o arranjo da música, regulagem, situação das cordas, etc. Se você não verificar tudo isso já estará começando tudo errado! Então, antes de mais nada, leve seu instrumento a um bom profissional de luthieria (se você estiver sem grana, procure no youtube alguns tutoriais de regulagem - ainda sim recomendo não economizar no luthier) e peça para regular o baixo na afinação que você vai gravar e de acordo com o estilo que você vai tocar. Para rock mais pesado e metal, por exemplo, algum trastejamento das cordas é permitido pois até ajuda na presença, de forma que o contra-baixo se defina melhor no meio das paredes de guitarras - mas imagina isso em música popular! Tudo isso tem que ser visto para não chegar na hora e você perceber que aquele slap que você ia dar não está rolando com o setup que o baixo está, ou que aquela nota na 12º casa está soando baixa (ou alta). Tá, a gente pode melhorar a afinação no Melodyne (Auto-Tune, Waves Tune, etc não reconhecem bem as notas graves), mas você vai perder um pouco no som. Viu como as coisas começam a se moldar desde o início?
Outro detalhe de extrema importância para rock, pagode, forró, pop ou quaisquer outros estilos que se precisem de brilho no baixo são as cordas. Tê-las novas é muito importante para que o baixo tenha presença no meio dos outros instrumentos (em rock e metal isso é importante demais, devo ressaltar! Cordas velhas em rock geralmente necessitam de uma dose absurda de processamento para ganhar punch e não se embolar com bateria e guitarras). Costumo dizer aos meus clientes que corda nova é aquela que você tira da embalagem e grava, pois após umas 48h de exposição à umidade, poeira, etc, a corda já perde brilho e punch. Alguns produtores famosos trocam cordas a cada 8 horas! Mas, convenhamos, né, a nossa realidade torna isso impossível para a grande maioria. De modo geral, acredito que dá pra gravar um CD inteiro com um pacote de cordas novas. Para outros estilos como o Reggae e o Jazz, por exemplo, acredito que cordas mais velhinhas sejam uma opção mais adequada, pois, habitualmente, requerem timbres mais velados.



Como produtor, técnico e músico gosto que baixo e a bateria estejam bem casados no arranjo, pois acredito que isso é importante para 90% das músicas, fora raras exceções. A sonoridade do baixo influencia diretamente na sonoridade do bumbo e vice-versa! Ambos somam ao timbre e "punch" um do outro. Mas você já sabia disso, não é? Existem casos que não precisam seguir essa regra, mas vamos considerar que estou generalizando.
Para ajudar a parte rítmica de algumas bandas a definirem melhor o seu groove, sempre dou a dica de cantarolar a melodia ou o tema da música e deixar que ela leve o ritmo pra onde ele tem que ser levado. Gosto também que o baixista 'cante' a bateria, procurando acentuações, ritmos, etc. Já usei esse macete com músicos de vários níveis e sempre ajuda de alguma forma. Uma vez o groove básico estando pronto, é hora do batera e do baixista sentarem para rever suas partes, verificar se está todo mundo falando a mesma língua. Além disso, apesar do baixista ter liberdade para groovar, fazer suas frases melódicas, mostrar sua criatividade, tudo tem hora e lugar. Você não precisa tocar tudo que você sabe toda hora, deixe a música respirar - simplicidade e pausas também fazem parte de um bom groove. Ah sim, não se esqueça também de entender BEM a harmonia da música. Uma coisa que vejo sempre é o baixista tocar 3as maiores em cima de músicas de tom menor, ou vice versa, sem realmente ter a intenção, sem ter prestado atenção nos arranjos e na harmonia. Tensão é legal de vez em quando e feita de forma consciente.



Inicialmente são essas as dicas que deixo para você baixista ter um melhor resultado em suas gravações. Lembre-se: tudo que entra na fita, no computador, é o que vai ficar no final. Não existem milagres, técnicos e produtores não são mágicos. Claro, temos alguns métodos para melhorar o que já está bom, mas não há como tornar algo ruim em adequado. Então, faça sua parte e isto será o primeiro passo para um belo som de baixo em suas canções. Se você quiser conhecer mais do meu trabalho, visitewww.facebook.com/ivantheproducer e twitter.com/ivantheproducer. Até a próxima!

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