sábado, 25 de fevereiro de 2012

Entrevista exclusiva com Jota Jota Oliveira


Por Ariel Andrade

Músico, professor e editor de grandes espaços destinados à baixistas na internet, Jota Jota Oliveira é um daqueles caras com quem nós baixistas podemos aprender bastante, por isso temos a honra de trazer para os leitores do Baixonatural mais esta super entrevista exclusiva. Divirta-se!

- Nos fale um pouco sobre a sua trajetória na música, como foi seu início e quando decidiu tornar-se um baixista profissional?

JJ - Olha, comecei a me interessar por música bem cedo; acho que tinha uns 8 anos...isso foi em 81. Muitas bandas do rock nacional surgiam nesta época e fui tomando gosto por tudo o que escutava na rádio. Fui pensar em me tornar profissional bem mais tarde, já tinha estudado e tentado outras coisas, mas a música falou mais alto. Trabalhei dez anos em estúdio aqui em São Paulo, entrei como assistente, virei técnico, fiz assistência de produção, trabalhei com a nata de músicos brasileiros e com muitos artistas também. Foi uma época muito bacana da minha vida, onde conheci muita gente boa e aprendi muita coisa de produção e gravação. Ensinamentos que levarei comigo pra sempre. 

- Quando o assunto são as referências, seja no mundo da música em geral ou mais especificamente no mundo do contrabaixo, quais as suas? 

JJ - Na minha formação, caras como Peter Hook (New Order), John Taylor (DuranDuran), Adam Clayton (U2), Sting e Bi Ribeiro tem a mesma importância de nomes como Jaco, Miller, Patitucci, Arismar e Sizão. Escutava e escuto esses caras muito mesmo!!! 
Como grande referência musical, tenho uns três caras com quem tive a honra de conviver, dois deles por muito tempo. Um é o Mestre Sizão Machado (musicalidade impar), um ser humano com o coração do tamanho do Maracanã. O segundo é o Ruria Duprat, músico fantástico, completo. E o terceiro é o Proveta, maestro e saxofonista da banda Mantiqueira. Penso que todos esses caras citados acima de alguma forma me ajudaram a melhorar como músico e como pessoa. 
Mas como os maiores de todos estão meus pais Sr. João e Dna Suzana que , mesmo sem tocar nenhum instrumento ,me fizeram gostar e amar a música! Pra eles e para meus irmãos devo tudo que conquistei e ainda o que vou conquistar.



- Nos conte um pouco sobre o seu equipamento, seja na hora de gravação em estúdio seja na hora das apresentações ao vivo.

JJ - Tenho três baixos: 
Um Jbass (Zitto) que é meu baixo principal, está comigo há 20 anos. Feito por um luthier chamado Florêncio e mais tarde cuidado pelo Marcinho (da NZAGANIN) e pelo saudoso Ladessa. Esse baixo tem um som fantástico, nunca me deixou na mão seja ao vivo ou em alguma gravação. Basslines caps e pré Batolini funcionam muito bem. É meu filho querido!!!
Um Pbass (Zecca), um Squier todo mexidão, hoje ele está fretless com uma mescla de Fender e Cabrera, muito bacana ficou o som desse baixo com essa configuração e ficou muito gostoso de tocar também. Um seis cordas da DeOliveira (Mirage) com BassLines e OBP da Aguilar, esse é o meu baixo mais Hi-End. Mais uma vez consegui mesclar duas marcas que trabalham muito bem. 
Efeitos eu uso Zoom B2.1u que também me satisfaz bastante, cordas eu tenho usado as DR Marcus Miller e as NEON, a DR é uma grande parceria e me trata muito bem etambém uso um pré da Behinger que me salva bastante ao vivo. Amplificador eu tenho só pra dar aulas, quando preciso de algo mais potente sempre o contratante leva ou uso meu Power click. 
Meus “equipos” não são equipamentos caríssimos, mas consigo tirar o som que gosto e preciso, quando preciso!!! Isso pra mim é o mais importante!! 

- O que o Jota anda ouvindo ultimamente? Qual disco você considera indispensável no aprendizado de qualquer baixista? 

JJ - Ultimamente pouca coisa tem chamado minha atenção. A música POP está muito previsível e muita gente boa está se rendendo ao que vende mais fácil e as produções estão ficando muito nas mãos de DJ etc e tal. Procuro manter meus ouvidos atentos ao que os artistas que sempre curti estão produzindo recentemente. Gosto muito do pop/rock do Coldplay. 
Quanto ao disco indispensável depende de que tipo de som a pessoa curte. Se você gosta de música instrumental, Jazz e Fusion sem dúvida é o Heavy Wether. Se você gosta de groove, linhas bem feitas, bem construídas eu sugeriria qualquer disco que o grande James Jamerson gravou. Música brasileira Nico Assumpção e o ­ - Quinto elemento – do Sizão Machado. Se gosta de Funk e blackMusic, Jamiroquai, com o Zender no baixo ou o primeiro disco do Jota Quest . Neste disco o PJ comeu com farinha. 

- Sabemos que você além de baixista, também é professor e editor de alguns sites de baixo. Como conseguir administrar tanto compromisso nessa agenda? 

JJ - Rapaz é verdade, mas sempre arrumamos um tempo pra fazer um pouco de tudo. Hoje em dia o tempo é algo muito precioso para todos nós, o segredo é ter uma agenda pra anotar todos os compromissos e tentar cumpri-los. 

- A divergência é grande quando o assunto é escola de música ou não. Em sua opinião, como um grande representante do instrumento em nosso país, o que funciona na verdade? E ainda há espaço para músicos sem conhecimentos como leitura e teoria no geral? 

JJ - Grande representante é ótimo né rsrssr...Mas falando sério agora, eu acho importantíssimo o estudo e o aprimoramento musical. Pra mim, ser músico profissional é como ser qualquer tipo de profissional de qualquer área. Imagine você querer ser médico ou engenheiro e não querer estudar, se formar, não dá né? Pra mim não é necessário ter um diploma de terceiro grau, mas é necessário ter conhecimento, estudo e tudo que está relacionado com estes assuntos. 
Certa vez o grande Itamar Collaço me deu um conselho: 
“Jota, você tem que aprender a ler . SEMPRE nos trabalhos mais importantes e mais bem pagos sua leitura vai ser cobrada”. 
Nunca esqueci isso...pura verdade!!!!



- Sabemos que o Brasil é um país com grandes baixistas, existe algum nome em especial que te chama atenção? Se sim, qual? 


JJ - Tem muita gente boa ai né? Em todos os estilos, pode ser do Samba ao Jazz passando pelo Rock, Pop e sertanejo tem muita gente tocando muito mesmo. Eu gosto muito de dois caras, um é o Fabio Zaganin e o outro é o André Vasconcellos. O mais bacana que além de serem profissionais completos, eles são muito humildes e nunca colocam os seus egos a frente da música. Isso pra mim é o mais importante. Você já viu os reviews do André? são perfeitos, não tem a preocupação de ficar se mostrando; simplesmente mostra o que tem que se mostrado e pronto. E quando toca, é só música...O Zaga nem se fala!. Acho que estou nessa vida (música) em grande parte por culpa dele. 

- Com a modificação do cenário musical mundial, com o fim das gravadoras e etc. Você acha que hoje é mais fácil ou mais difícil viver de música no Brasil comparando a outros tempos? 

JJ - O Brasil é um país estranho e maravilhoso ao mesmo tempo. Às vezes dá vontade de ir embora e tentar alguma coisa na gringa, mas ai você lembra que lá será sempre estrangeiro e etc e tal. Com relação à música acho que as dificuldades são menores agora. Quando comecei, existia zilhões de dificuldades e mais um bilhão de preconceito. Músico era considerado marginal, lembro como era gozado pelos amigos na escola quando falava que iria ser músico. 

- Quais os planos para sua carreira neste ano de 2012? 

JJ - Este ano vou continuar com o projeto MUNDODOGRAVE que são minhas aulas, blog e tudo mais que estou envolvido. Quando escutar ou ler em algum lugar MUNDODOGRAVE pode saber que eu estou na fita rssrsrsrrs. Continuar escrevendo para o baixista.com.br, tocando com o Man.U.Trio (meu trio de música instrumental), tocando com a cantora Rita Graziela (uma artista nova aqui de São Paulo). Pretendo voltar a produzir em estúdio (no meu home Studio). Tenho outros projetos que estão se moldando e que mais pra frente todos irão saber. Por enquanto são segredo. 

- Onde na Internet podemos ter acesso direto com o seu trabalho Jota?

JJ - Os endereços são: www.mundodograve.blogspot.com e também no www.baixista.com.br
Minha página no Facebook também tem algumas coisas que produzo aqui em São Paulo. 

- Deixe um recado para os jovens baixistas que querem se tornar grandes em seus instrumentos.

JJ - Penso que para você ser qualquer coisa neste mundo você deve ter: Determinação, Disciplina, Dedicação (como sempre fala a minha esposa Daniela), Sorte e Trabalhar duro pra realizar seus sonhos. Uma família que te apóia também é muito importante. Se você pensa em ser músico e viver da música tem que ter tudo isso que falei acima em dobro. Estudar e SEMPRE estar atualizado é muito importante também. 

Abraço, fiquem com Deus e seu filho Jesus.


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2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. JJ continue sendo esse grande contrabaixista e professor que você é.

    braço do seu aluno:PH

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